domingo, 30 de janeiro de 2011

Hoje chorei...

Hoje chorei. Não me perguntem o porquê, porque nem eu sei.
Apenas chorei porque precisava. Era uma angústia enorme, um aperto, ao qual eu não consigo definir. Pergunto porque será que as coisas têm de ser assim!
De um sorriso passamos a uma lágrima com uma facilidade enorme…
Abracei-me a almofada, pensei e repensei o porque de estar assim, não cheguei a nenhuma conclusão. Continuei a chorar, não era compulsivo, era aquela vontade de estar bem, sem expressão, enquanto as lágrimas desciam pela cara rapidamente, muito espeças, com gotas pesadas de água cristalina por uma dor que eu não sei explicar! Sim, isto é de loucos, eu não sei o porque de ter começado a chorar, mas é como se me tivessem magoado imenso.

Sinto-me esquecida, sem qualquer importância, como se aquilo que disse fosse um mero pronunciamento de sons apagados, pelos momentos, por alguém que já não tem tempo!

Sofro o desgaste destas situações, destes altos e baixos, sofro comigo e para comigo. Aprendi a calar-me porque não há tempo para parar e escutar, para dar a mão a alguém que tropeçou no meio do caminho! As pessoas passam e não notam, é-lhe indiferente, é-lhe desconhecido até ao momento em que são elas a passar por isto, pelos mesmos trilhos - caminhos cheios de pedras, rasteiras e alguma incerteza. Por muito que olhe em frente nunca serão capazes de vê-lo na totalidade, não se tem acesso ao futuro apenas por olhar em frente! É necessário ter cuidado com os passos dados, com o facto de não se poder voltar atrás, com as marcas feitas.

São 6:30 da manhã eu era para estar a dormir, mas não consigo! Algo me inquieta a alma.
Boa noite

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Há dias assim....

Amor…
Aprendi nesta vida que não é nada,
Aprendi que nos magoa,
Que nos faz sorrir
E que nos deixa desolados quando mais precisamos.
Não olha para trás
Nem sequer se preocupa de como nós deixou.
Prevalece a vontade de ir embora, de já não ter nada para incomodar!

Aprendi que é importante,
Mas o amor-próprio torna-se muito mais necessário,
Ao ponto de em determinadas alturas ser suprimido por o outro tipo de amor!
E depois… depois morre, morre juntamente com tudo.
Quem fica bem? A outra parte, a que partiu e não olhou para trás
A que nos viu, um dia, como algo importante e frágil e,
Agora nos jugou no lixo como se não fossemos necessários!

É para ti que ainda escrevo, não enquanto pessoa, mas sim sentimento
É a ti que que eu já não confio meu coração cicatrizado.
Deixo-te apenas o passado como lembrança,
O aviso e a certeza de que não te conseguirei evitar para sempre!

Estou farta, saturada daquilo que me trouxeste,
De não teres um pouco de consciência ou de respeito.
Fica então a certeza: tu não sabes o que é o amor
Eu já não volto ao cabo das tormentas, onde naufragou a minha vida
Já não te confesso sentimentos nem opiniões
Já não te vejo, nem tão pouco te quero.
Ainda te digo mais: no final destas linhas eu não chorei, nem por ti nem por ninguém!

Liliana, Janeiro de 11

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Professores de estórias

Se não fosse o frio que está na rua a esta hora… eu gostaria de estar perto de uma fogueira a olhar para as estrelas e a escrever, com os phones nos ouvidos para que a música me acompanha-se enquanto a caneta percorre estas folhas. Como se fosse uma ordem ela escreve letra por letra aquilo que penso ou conjugo na minha mente. Será a prisioneira dos meus recados ou mensagens? Será a tinta o sangue que lhe faço derramar por exigir que escreva o que sinto ou passo?
Pensei numa estupidez que ainda assim vou contar. E se as folhas já não me deixassem preenche-las com as minhas palavras, e a caneta já não fizesse parte desta indumentária? Que seria de mim sem eles?

Esta poderá parecer a conversa mais banal de todo o sempre, tola ou louca. Mas eu não vivo sem isso por muito que nos voltemos para o digital eu continuarei a sentir falta das folhas e da tinta azul de uma caneta, com o seu cheiro tão característico. Não as considero escravas dos humanos, mas sortudas por poderem fazer parte de alguns dos momentos mais belos que descrevemos, dos lindos desenhos e das magníficas músicas.

Por muitos mais anos que passem continuarei a andar sempre com um papel e uma caneta para qualquer lugar que vá, mesmo que não os use sempre, mas já faz parte e se não os tiver sinto-me incompleta. Nem todos os dias terei a capacidade de escrever, de retratar expressões, de desabafar ou até de apontar uma frase, no entanto, como simples companheiros de tantas horas, seguirão dia após dia comigo!

Não preciso de cores, chega-me bastante bem o azul, não quero corrector pois a escrita quer-se com imperfeições porque nada, mesmo nada, sai bem de uma vez só, há sempre aresta para limar, pontos a retocar, coisas que deixamos passar. Se não o alteramos logo sei que o faremos num momento em que haja disponibilidade para isso ou que a mente já tenha crescido e assim nos ensinado. Vejo isso comigo, principalmente, na maneira como pontuava as frases e como ainda o faço… tenho que crescer muito, tenho de maturar ideias e conceitos chave para que possa, um dia, escrever melhor, sem erros e com uma pontuação o mais correcta possível.

Em cada livro há uma história e nesse mesmo livro há um professor que nos ajuda a ganhar vocabulário, nos incute regras. Muitos autores logo, muitos professores com diferentes estilos que criam sem mais demoras uma remistura de emoções, conceitos e histórias… que criam um novo ser dentro de nós, como se nascesse um mundo de estórias, um professor que passará algo, um estilo próprio…

Não sou escritora, sou apenas alguém que gosta de dividir com o mundo os seus pareceres. Sei bem que não é para todos aquilo que escrevo. Há que vir com paciência, gosto e com críticas construtivas que eu quero é aprender.

Boa noite professores, obrigado pela lição deste dia. Amanhã quero aprender mais!

p.s-Conto com a sua resposta hoje e sempre, conto com ela mais que uma vez e não pense, nem por um momento, que esta não me faz falta. Porque ela é parte integrante de mim.
Esta nuvem de cultura onde se remisturam coisas (aquilo que quisermos).

Liliana, 19 de Dezembro de 2010, às 04:24 (deu-me para escrever)