sábado, 26 de março de 2011

Ideias...... Perdidas?!

Mais meia hora parada...
Pergunto-me se é a hora que me incomoda, se sou eu que que já não sei mais o que fazer para ocupar a minha pessoa (se é que tal expressão existe).
Uso muitos "ses" e muitos "mas" penso que não seja só na escrita, algo que também se aplica à realidade.

Neste momento, estou perdida entre uma caneta e a folha de papel, entre a música que oiço e o barulho que esta não consegue "enganar". Não olho para nenhuma das personagens da sala, não me dizem nada e eu também não. Estamos bem assim. Penso que alguns olham e pensam: que tanto escreve aquela alma? Escrevo a minha vida, a minha bíblia ou melhor o meu fado.
Como me expresso assim? Pergunto várias vezes! Como passo tanta coisa para cadernos como este? Como os destruo pela maneira despreocupada de escrever. Derramo-lhe pensamentos aleatórios, como se fosse um balde de tinta, que muita vezes tem repetidas tendências. Assim sou eu!

Liliana, 23 de Março de 2011

Ideias...... soltas?!

Notas do momentos que passo à espera do autocarro... dá-me para escrever.



Há aquela vontade de escrever, mas também há medo de errar, de riscar parte daquilo que escrevi ou, quem sabe, tudo!
Ainda não me construí o suficiente, faltam peças, pedaços, fragmentos de mim… faltam pessoas, se é que posso dizer isto, falta a mão-de-obra. Não, não sou uma obra de arte nem nada que se pareça com isso, mas é verdade que o ser humano precisa da sociedade, de viver em grupo, pois sozinhos, nós, não seríamos nada. (Pena que nem todos pensemos assim)
Se tudo está bem porque é que eu não estou? Voltamos ao eu, à mesma questão de todo o sempre. Será possível estar cansada de mim? Queria e quero-me resolver. É como se a caneta e o papel já não servissem para tudo.
Conformista?
Egoísta?
Penso que nenhuma delas. Tenho de me resolver para ficar em paz. Estes são os meus dramas! Serão normais? Com tudo o que isto inclui.
Eu não espero pelo D. Sebastião, o salvador da pátria que nunca chegou… eu espero por uma resposta às perguntas que já nem eu sei formular. Passei a senti-las e a conviver com elas sem lhe ter dado importância. No entanto, agora na verdade observo que em cada dia que isto aconteceu eu não devia ter deixado!
E sobre este magnífico sol eu sinto frio, um frio de morte que me congela a alma. Quero estar quieta, mas parar é morrer e eu não posso, não posso parar nem tão pouco condenar-me assim.

/Agora lembrei-me das saudades que tenho do mar, do cheiro, da brisa, do barulho das ondas. Acho que é assim que se sente a paz de um momento onde tive a capacidade de observar à calma, apreciar o momento e amar aquela que penso ser a minha principal falta, o mar, o mar do Algarve que nunca perdi tempo a ver, não no verão, mas no inverno. Um denso areal vazio… apenas para contemplação. Tenho de arranjar um hobby, algo que não me dê cabo da mente e me ofereça alguns momentos./

Letrinhas que é feito de vocês?!
Liliana, MG (dia de sol e ainda sim frio), 23 de Março de 2011

sexta-feira, 4 de março de 2011

Quero a chuva de inverno
Sim, aquela fria como a aragem
Tão mais fria quanto as palavras!
São elas que me gelam a alma, os sentidos
Sinto a calor a fugir-me da pele,
A correr juntamente com o vapor que sai,
Transfigura-se,
Evapora,
Arrefece….

Fica em mim a ausência,
A falta de querer,
O desacreditar.

Parte-se do princípio que sou capaz?
Mas e se não sou?
Não sei como continuo,
Se sinto ou não.
Sou uma desconhecida do outro lado da rua.
Vejo o meu reflexo numa janela
Espelha as minhas duas faces
Estilham-se, Partem-se, Quebram-se
De um só olhar

Corre o vento frio,
Corre pelas minhas veias,
Esfria-me o sangue.
Sinto o pulsar do meu coração
Primeiro rápido…depois lento.
Não sinto a força
Não sinto a raiva
Não sinto a vida!
Será que morreu parte de mim,
Que tenho dois corações?

Anda,
Senta-te a meu lado,
Abraça-me,
Faz-me sentir bem.
Aprende e ensina-me,
Valoriza-me ou ri-te de mim…
Com verdade, pura verdade.

Chega de encenação,
Chega do meu teatro,
Chega de o ter de continuar e não saber bem o porquê.
Não sou uma farsa,
Sou algo que ainda não tive a capacidade de perceber!

Liliana, 1 de Março de 2011