domingo, 31 de julho de 2011

Até já Leiria...


Nunca sorri tanto na vida com vontade de chorar. Deixar isto para trás custa tanto, deixar pessoas, deixar imagens e vontades… deixar sonhos. Agora chega a realidade de ter de dizer adeus, a realidade de algo que vem agora, vem de novo. Novo rumo, novo percurso. Vamos em frente que não sou mulher de me ficar!
Aqui levo Leiria, levo as saudades, os bons momentos, os sorrisos os abraços e as noites. Levo tudo porque enquanto quisermos as vivências não desaparecem. Escolhi duas armas: o papel e a imagem, a fotografia, a expressão de um momento e as horas, as várias horas. Escolhi-as com pormenor de quem seguiu em frente, mesmo com os atritos, por este caminhos, antes desconhecidos, e, agora, tão nossos… Com estas caras que antes não nos eram nada e agora nos dizem tanto, são partes, fragmentos de experiência vivenciadas por nós.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Algo platónico...


Hoje, mais que nunca preciso de uma partilha entre o eu e a folha de papel, tendo como condutor a caneta que agarro nas minhas mãos.

Estou insaciável e nada me pára a mente. O que me leva a dizer:
Preciso de cativar, de pegar nas linhas e viciar-me a elas como alguém que tem um amor proibido. Este não pode acontecer, mas existe, exprime-se entre as veias, o palpitar acelerado de vários corações… entre os olhares apavorados de quem quer algo e não o tem, de alguém que precisa de avançar mas recalcula a rota a cada milésimo de segundo. Quase como se fosse necessário encontrar o novo rumo antes mesmo de cair na tentação.
Corre-se contra o tempo para não mostrar nada, há que conter expressão e forças repletas de vontades. Como? Nem sei! Por vezes, lá se revela mais um pouco daquilo que os dois amantes tentam esconder, a todo o custo, gota por gota, folha por folha, dá-se conta de um amor pouco real. Quem sabe algo platónico. Correspondido? Possivelmente! Vive-se num quarto, um sonho, numa cama vazia e fria o modelo pouco atractivo de seguir. Silencia-se o pranto de cada uma destas personagens, numa história com muito pouco de autêntico. Fica-se pelo simples pecado mortal de olhar, contemplar cada vontade, cada espaço, cada palavra. Olhos nos olhos há um tom assertivo de tudo aquilo que cada um pensa. Será caso para se dizer, tão perto e ao mesmo tempo tão longe.
Chega o comboio, os desconhecidos olham-se, observam-se com a certeza de que faltam segundos para se desfazerem dos pequenos desejos. Fecham-se as portas, pára o tempo, segue o seu percurso, desfaz-se o sonho e vive-se com ele. Volta-se a realidade rotineira de cada dia, agora, com alguém para procurar!