sábado, 28 de abril de 2012

Filosofia de vida

(porque a luz que vemos... tanto nos pode mostrar o caminho, como cegarmo-nos)

Mais um, mais uma pessoa que conheço e me parece tão próxima. Gostaria de te pegar pela mão e tirar-te daqui. Preciso, tanto como tu, de sair, derramar ideias e conversar, não ver ninguém e ainda assim não estar sozinha. Vamos mais longe?
Não me és nada, mas é como se fosses.... agarramos nas poucas forças que ainda nos restam e tentamos "deitar tudo ao mar", afogamos as ideias, os preconceitos e as suposições. As coisas têm de mudar, partirem para outros níveis, deslocarem-se !!!!!
Preciso de gritar até não ter mais voz, preciso de me atirar em queda livre, - o confronto com o abismo, o infinito e o finito - preciso, desmedidamente, de uma saída , o escape desta história toda. Necessito de mandar cá para fora parte do meu entendimento, do fascínio pelo mundo ou da falta dele.
Queria esquecer, concretizar e as ligar as falácias que outrora me pareciam inocentes e sem qualquer tipo de interesse. Parece que a filosofia se aplicou à vida, moldou-se a ela e não pediu autorização para tal. Lembro-me, com toda a clareza possível, da história da Alegoria da Caverna e tantas outras que não liguei grande coisa. Afinal parece que há prisioneiros, gente que não vê a luz, que não conhece outro modo de vida senão aquele. "Endireitarmo-nos" e seguir em frente como se nada fosse, como os outros, não é possível, doí imenso....
Socorro será que se pode gritar? Será que nós entendem?

Liliana
7 de Março de 2012

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Meu caro (...)




Sem rigor, mas precisava disto...)


Os céus também choram por ti meu amor e tal como os céus as estrelas e os milhares de fragmentos.
As gotas existentes nas janelas não são a prova de terra molhada, de água debitada dos céus são sim, as provas da ausência, o suspirar dos tempos, a dificuldade da situação e, ainda assim, a felicidade de um momento.
As nuvens espessas, cinzentas, transbordam na verdade situações, lembranças, cedências e desistências. Trazem consigo também o reerguer dos olhares, o queimar de muita tinta; Têm vontades e a minha, neste instante, é escrever. Vou-me contrariando, vou fazendo por ser eu; Vou-te atormentando o juízo (com tais palavras), a paz d'alma que ainda tens, mas faço a diferença. Por muito que afirmes que eu não faço ou fiz alguma diferença... a verdade é que vou continuar a fazê-la, porque ninguém é igual a ninguém.
As minhas feridas, as minhas faltas, no hoje não fazem sentido, no amanhã complementam-se.
A letra, cada vez mais descuidada, preenchida por desmazelo ou então para juntar tudo aquilo que me passa pela mente.

Meu caro amigo, vou desta vez afirmar com todas as certezas que me refiro a ti... aos teus sorrisos, à tua boa disposição, aos amargos de boca e agora ao fim anunciado, mas que na verdade ainda vai dar muito para correr nestas páginas. Sei bem que és um anónimo reconhecido nas minhas palavras, um sonhador nato, humano de verdade e sinceridade, eu sou a menina dos tempos áureos, da mitologia e do hedonismo... utopias! Sou um sorriso quando o sinto, sou a tristeza de uma lágrima quando não me consigo pronunciar sobre mais nada, quando o frio nos invade quase sem darmos por isso.

[Tenho a certeza de que não ficaras assim (o meu pequeno tumulto de ideias), que te irei reformular, mas a essência continuará aqui. Ninguém calcula o quanto me dá gosto pegar numa caneta e escrever neste caderno sem ter de olhar para a perfeição das palavras, da pontuação e até da letra. A quem te ver, meu texto, entenderá que não passas de mais um rascunho, umas meras folhas de papel... possivelmente serás só isso se não te der outro rumo e outra vida, se não te mostrar, se te esconder, se não fizeres parte da construção humana. Não te troco, não te apago nem tão pouco te queimo... tenho coragem de assumir os meus erros, tenho medo, isso sim, da reacção dos outros perante tal facto.]

Neste preciso momento ressoam frases, na tua cabeça, construídas por mim, sentidas ao meu modo e na minha intensidade. Estas serão partes de um naufrágio com pouco de utilidade por não estarem agregadas nos seus devidos lugares.
Agora parece que não está acabado, mas vou dar-lhe um fim. Uma última ideia a esta conexão de sílabas.
Meu caro amigo, espero por ti aqui, para remisturar ideias, afinal de contas temos tanto por aprender, tanto por viver e provocar mudança. Fica a prenuncia, em jeito de carta, ficamos amigos de novo? Voltamos a falar nas horas vagas, a trocar algumas mensagens e ouvir o som da voz, a distância de um telefone bem perto de nós? Ficamos pela proximidade tecnológica a ver na tela: a ausência das relações intra-pessoais, sem o calor de uma conversa até as tantas num qualquer café, com uma chávena vazia, fria, consumida sem bebida, num entra e sai de gente que, aparentemente, não dá tanto valor as pessoas como nós damos/dávamos.

Escolhe:
The end?
Restart?
Renew?

Acho que não preciso de acrescentar mais nada.... o destinatário a reconhecerá!

Liliana Emídio
26 de Abril de 2012
(poderia ser num passado qualquer bem distante)

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Eu


Eu não sou a perfeição do mundo nem o mundo de perfeição. 
Eu não sou um sorriso iluminado com a certeza de que tudo vai correr bem... 
Eu não sou a verdade de um dia nem a mentira de uma noite... 
Eu não estou desligada da certeza humana, nem tão pouco das suas incertezas. 
Eu não sou uma mulher, mas também não sou uma criança... 
Eu não sou os olhos destemidos de um tigre que avança assertivamente tentando capturar a sua presa. 
Eu não sou um jornal que esvoaça num beco, de uma rua qualquer, abandonado e sem configuração ou recuperação possível.
Eu não sou a letra de uma música entoada nas estações de metro de uma qualquer cidade.
Eu não sou os pássaros que voam pelo céu em busca da liberdade do amanhã porque a do hoje está a ser vivida.
Eu na verdade não sou nada, mas tenho um pouco de tudo e um q de diferença. Sou a força de algo que não sei definir, sou os olhos triste de um amigo que vi partir, sou os abraços apertados de alguém conhecido... Sou o anonimato, sou a revolta da presença. Sou a vento e água da chuva... Sou uma caneta e o papel. Sou muita coisa que não se descreve mas sente-se...

p.s- sou alguém que se perdeu por uma distracção e deixou este texto assim, inacabado, com uma personalidade vincada, mas ainda sem um fim à vista. Sou eu… a Liliana de sempre, apenas a reflectir. (Metáforas, ficam sempre tão bem…) 

Liliana Emídio
16 de Abril de 2012

domingo, 15 de abril de 2012

Desenhos...

(Isto por não ter ideias... isto tudo por ter riscado n folhas e nenhuma se ter aproveitado)

Gostava de fazer esboços tão belos quanto aqueles que aqui vejo; Fechar os olhos e ir imaginando, colorindo e pintando. Conseguir ter essa perspectiva, conseguir pôr em prática  cada um dos meus ricos turvos.
Gostava de ter a capacidade de complementar-me, sentir que os sonhos ganham cor, que os esboços não foram em vão e algo se aproveitará.
Queria ter mais amor ao lápis, ao cuidado descuido de um traço de carvão, sem perfeição mas com ritmo, com seguimento; Gostava de não guardar para sempre - dentro das possibilidades que o papel e a caneta nós dão - certas coisas, ter impulso de pegar num borracha e mudar o rumo de uma linha, uma história, um significado. Desejava ter um "eu" mais demarcado, ver, sentir, adaptar ao meu modo, ao meu caso, à minha escolha.... aproveitava para ser mais eu, ter mais a ver comigo.
Provavelmente estou a fantasiar a realidade, encosto-lhe um parte da minha leitura e dá nisto, ou será que a rasgos pedaços e os organizo  de outro modo... colo e descolo, tiro e reponho consoante aquilo que tenho em mente. Nada é fixo, ou na verdade é tudo uma adaptação? Tal como as paredes dos meus traços visuais, será o que nós quisermos ou o que os outros conseguem!
Enfim, gostava de saber desenhar, fazer gradientes, escalas de cor, dar vida a 3D numa folha de papel plana, ordenar-lhe caminhos, expor ideias de maneira diferente. A verdade é que gostava de me afirmar.

Liliana Emídio
2 de Abril de 2012

sexta-feira, 13 de abril de 2012

F(r)ases curtas


Dizer-te que a vida é fácil… seria muito breve. Seria tão redundante, como dizer que ela não faz nexo. Pegar-te, rasgar-te ou tentar construir-te em escassos momentos de tempo. Espera! Mudei de ideias, afinal vamos ter de continuar… é como te disse a vida não é como esperemos.

Preciso de alguém que nos diga, que nos dite ou acompanhe no espaço. Preciso de olhar com olhos de ver aquilo que temos, o que nos consideramos. Preciso me amarrar ao tempo e fazer dele meu, o meu momento, a minha escolha, o meu grito, a minha revolta. Assim se pinta um quadro com todos os elementos, todos eles fazem parte, não deitemos tudo a perder. Ter de encarar cada dia não é fácil, não é tudo brilhante.

21/01/2012