quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Momentos para arquivar...

Queria escrever algo mais positivo que aquilo que se passou pelo outros momentos, pelas folhas anteriores, que completam a minha existência….

Assim se passam os dias e não me sinto mal, não estou triste… acho que tenho saudades de pessoas que conheci antes e que agora já não fazem parte! Quanto ao futuro não sei, não tenho a certeza de nada, no entanto, espero ter a capacidade de acabar o meu sonho, a minha luta, o meu curso. Adoro o Algarve, mas não penso fazer vida por lá. Bem sei que isto não é o mais positivo de se dizer, porém tenho tudo cá, Leiria acabou por se tornar em algo mais que um recanto de estudos, é a minha casa, em tempos porto de abrigo e agora onde os dias me retribuem o esforço do meu estudo. 

Se tudo passa, tenho esperança de que um dia esteja curada e assim poderei andar com confiança e cabeça erguida, não de modo arrogante, como se fosse superior a alguém, mas como algumas lições de vida (nunca todas) que me fizeram naquilo que sou hoje. 

Acredito que tudo tem harmonia e que a tristeza e o fundo negro não durarão para sempre, um dia o sol irá brilhar, um dia eu vou curar isto tudo, ficando apenas com as cicatrizes pouco estéticas de um caminho atribulado. A esperança é a última a morrer, sempre me disseram para acreditar nisso. Confesso que em alguns dias isso me pareceu completamente impossível, e cai, voltei a cair naquele remoinho de amargura onde me considerava inferior a tudo e a todos. 

Dias onde o não era imperativo, onde nada me fazia mudar ou olhar para o círculo vicioso que estava a crescer à minha volta, era demasiado “fraca” para aceitar que estava mal, não sei ao certo o que tive, mas sei que implicava muito de mim. Passava os dias, se pudesse, a dormir para me esquecer da realidade… viva de noite pois achava que era a única maneira de não me sentir tão desintegrada de um mundo onde já estava excluída. Cheguei novamente ao ponto de já não chorar, não dormir ou até comer. Não, não tinha preguiça simplesmente não tinha vontade, achava que não me fazia falta. Pedi, apelei a quem quer que fosse para conseguir pelo menos dormir, precisava de descansar, desligar disto tudo. Sei que não era solução, que não resolvia nada…era sim necessário para me conseguir sentir viva apesar do colapso total que me preenchia a alma. Eu já não era nada e ainda agradecia a Deus por não me conhecerem, por não fazerem a mínima ideia de como um dia, uma hora podia custar tanto… roubava-me o ar e as palavras.

As directas a estudar a fazer trabalhos eram necessárias e ainda bem… ocupavam-me o tempo que não tinha quando eu já não sabia como seguir, era o único modo de me esquecer de mim. Dei por mim tantas vezes a pensar que não tinha escolha, não havia como mudar de canal, ou modo de descobrir o maldito do botão de on/off. Como se na minha imaginação o ser humano fosse uma máquina (Estava a ficar louca? Talvez!).

Precisava disto, de escrever para arquivar… Não quero sentir-me assim, não sei o que o futuro nos reserva, mas tudo faz falta em medidas proporcionais.

Boa noite,
Liliana Emídio