Eu era para estar a trabalhar. Já filmei e agora deveria estar a editar, mas não consigo, não tenho concentração para isso. Algo me deixa presa no horizonte, algo me deixa a olhar para o nada, porque é isso mesmo, eu não sei para onde olho.
Estou maçada, cansada. Não deixei de gostar disto mas queria algo, queria pegar, fazer algo...queria o mar, queria ver o puro mar.
Ouvir o barulho do rebentar das ondas, sentir a brisa fresca, o cheiro a maresia. Fecho os olhos para que assim te leve a qualquer lado, pois esta era a única paz que precisava. Senti-me feliz, senti cada pecado de ti, ó mar!
Queria fotografar ideias, sensações, queria levar comigo aquilo que aqui escrevi. já usei as palavras e pareceram-me fortes, já usei a fotografia e deixou muita à quem.... falta algo, algo muito importante, falta... falta fazer parte, ter o serviço completo, por assim dizer.
Senhor porque sou tão insatisfeita? Porque me completo com coisas que poucas pessoas ligam?
Acho que o cansaço está a tomar conta e mim.
Ó mar, abraça-me
Tapa-me com teus mantos,
Em teus turbantes de um azul infindável,
Porque sóis tão amável,
tão maravilhoso e revoltoso em tuas ondas, tuas simples ondas.
Como tens tanto poder?
Como te consigo amar tanto sem te ter ligado, devorado ou enaltecido?
Não me aproveitei de ti, não te disse que me fazias falta, mas mesmo assim aqui te tenho em meu coração, nos meus sonhos ... meu amado mar.
Da tua algarvia que te abandonou, mas que nunca te esqueceu!
Liliana, M.G., 6 de Abril de 2011