quarta-feira, 26 de maio de 2010

Silenciar o silêncio que envolve um dia...


Shiuuuu...
Que não se faça nenhum baralho
Que o silêncio avance calmamente pela noite dentro, que eu hoje quero escrever... sei bem que os pensamentos não são os mais felizes, mas preciso disto como do ar que neste momento me envolve acabando algumas vezes por faltar. Não me sinto à vontade, não sinto os dias nem tão pouco a horas... sinto o cansaço e o grito de fracasso que me percorre, sinto a ausência de meus sorrisos. 
Pergunto porquê? Que faço eu aqui a olhar para as paredes despidas do meu quarto onde nada, mas mesmo nada me encanta? Fixo um pouco e esqueço, esqueço a mais variada existência do que se passa à minha volta. Não peço nada, não quero que tenham pena, nem nada que se assemelhe a isso. Ando perdida entre o real e o irreal, que me protege, peço para chorar, para limpar a alma. Tornou-se um bem de primeira necessidade. Para quê continuar? Porque sigo este caminho?  

Não, não estou sozinha, fico entre o meu eu e o olhar pregado na parede vazia de um canto qualquer, já olhei para mim, bem fundo de um mundo estranho que lhe chamo vida, a minha vida, os meus momentos! Vim para o meu espaço, preciso de escrever para me esquecer, sei que é ridículo tal afirmação, mas é possível... não me vou analisar, não me vou denunciar, vou simplesmente sentir e descrever mais um sentimento como se o corpo continuasse na terra, mas a alma já tivesse voado. Talvez seja injusta para aquilo que escrevo, sei que o positivismo não é muito, mas também não olho para isto como algo negativo, olho para ali ou para aqui, analiso e tiro as minhas conclusões e sigo a viagem de um caminho cheio de pedras ao qual já me habituei, já faz parte, já mora comigo.

De tanto que tenho a dizer não sei o que escrever não sei para onde me guiar, não sei e, para falar a verdade, também não me importo muito. Mais um dia, menos um dia, mais uma hora menos uma hora, é fria a alma que me abraça e roubou-me as lágrimas, tirou-me o sono e congelou-me consigo por caminhos pelos quais nunca passei. Porque me fazes isto, pergunto-lhe a toda hora e ela olha-me com uns olhos de quem o presente não diz nada e o passado dói, o futuro, ah esse não lhe falem dele pois ainda hoje não sei como justificar tal expressão. Já não a critico por andar de braço dado comigo, tornou-se a companheira ideal dos silêncios, sinceramente, não sei que lhe chamar nem o nome a lhe dar, porém quem a conhece sabe bem que essa não necessita de apresentações.

Olho para o meu outro lado que se afasta, que ainda resiste ao meu lado, mas que se apaga... não me deixes peço-lhe de olhos arregalados como se eles expressassem “Fazes parte da minha existência”, continua aqui e não te vás embora, não me deixes que me esqueça de ti e de como sentir aquilo que me trazes. Tornou-se difícil falar-te, já que teus olhos não me seguram, não me olham, não me reconfortam. Mais um suspiro, mais uma linha preenchida de nada, porque é exactamente isso que me enche as mãos.

Sobreviver nesta selva tornou-se um desafio demasiado alto para mim.
Posso considerar este texto uma conversa com aquele pequeno anjo que se encosta a um dos meus ouvidos ou com a diabrete que vive no quadrante ao lado e também se tornou conhecedor do meu eu,  julgando e ponderando tudo aquilo que circula livremente da minha cabeça.

Boa noite e obrigado....
ps- não estou triste, estou a viver comigo, para comigo, para não incomodar ninguém a não ser a folha de papel para a qual escrevi.

2 comentários:

Mena disse...

Olá!
Há quanto tempo, hem?
Vou passar mais vezes.
Bj
Mena

Paula disse...

Parabéns a você
Nesta data kerida
Muitas felicidades e
Beijinhos da Madrinha amiga!!!!
Um dia muito FELIZ :)