sexta-feira, 4 de março de 2011

Quero a chuva de inverno
Sim, aquela fria como a aragem
Tão mais fria quanto as palavras!
São elas que me gelam a alma, os sentidos
Sinto a calor a fugir-me da pele,
A correr juntamente com o vapor que sai,
Transfigura-se,
Evapora,
Arrefece….

Fica em mim a ausência,
A falta de querer,
O desacreditar.

Parte-se do princípio que sou capaz?
Mas e se não sou?
Não sei como continuo,
Se sinto ou não.
Sou uma desconhecida do outro lado da rua.
Vejo o meu reflexo numa janela
Espelha as minhas duas faces
Estilham-se, Partem-se, Quebram-se
De um só olhar

Corre o vento frio,
Corre pelas minhas veias,
Esfria-me o sangue.
Sinto o pulsar do meu coração
Primeiro rápido…depois lento.
Não sinto a força
Não sinto a raiva
Não sinto a vida!
Será que morreu parte de mim,
Que tenho dois corações?

Anda,
Senta-te a meu lado,
Abraça-me,
Faz-me sentir bem.
Aprende e ensina-me,
Valoriza-me ou ri-te de mim…
Com verdade, pura verdade.

Chega de encenação,
Chega do meu teatro,
Chega de o ter de continuar e não saber bem o porquê.
Não sou uma farsa,
Sou algo que ainda não tive a capacidade de perceber!

Liliana, 1 de Março de 2011

2 comentários:

Wiber Lucas disse...

'Não sou uma farsa,
Sou algo que ainda não tive a capacidade de perceber!'

Adorei isso!

Obs.: Respondi seu post no meu blog com o texto Pessoas II.
beijo

Wiber Lucas disse...

Sou algo que ainda não tive a capacidade de perceber..

Profundo demais isso,
certo demais..

:)